Ágil tem — papéis muito bem definidos…

“Você se vê como Agilista ou como Pessoa de Produto?” Esses dias me fizeram essa pergunta e eu me dei conta de que há muito tempo não penso nisso. E a resposta veio como uma auto reflexão.

Comecei como Agilista, mas nunca fez muito sentido orquestrar um processo para entregar algo que eu não sabia o que era. Então comecei a me envolver com o time de negócio e comecei a ajudar no match entre o que o cliente desejava, o que a organização entendia como estratégico e o que o time técnico entendia como viável. Comecei a pensar em gerar impacto na organização e na vida dos usuários da maneira mais eficiente possível. E de alguma forma, isso fez de mim Agile Coach.

Entendo a importância dos papéis bem definidos e o quanto eles ajudam a trazer foco para as etapas do processo, mas pra mim, agilidade é só uma forma de viabilizar de maneira eficiente uma entrega de valor. E a criação de novos papéis a cada semana traz uma complexidade que vai contra o meu principio ágil mais querido “simplicidade”.

Por que a atuação não pode ser fluída se a pessoa em questão tiver skill pra isso? Por que um DEV não pode atuar como SM caso ele queira, por exemplo?

Imagino um universo de agilidade onde pessoas de um time possam escolher em qual papel elas querem atuar na próxima sprint. Isso não seria incrível?

O job description é do papel e não da pessoa.

Então, bora refletir? Vivemos num mundo cada vez mais fluído, nada mais é tão certo, tão binário e a gente precisa aprender fluir. Quanto mais fluídos, mais estaremos fora da nossa zona de conforto e consequentemente mais cresceremos a cada dia.

E respondendo à pergunta que me fizeram eu disse, “Eu me vejo como uma pessoa que entrega produto digital e posso atuar em qualquer posição na cadeia de valor, não tenho a menor necessidade de me definir” E ainda citei frase feita — “Quem se define se limita”!